terça-feira, 4 de maio de 2010

O Português Vulgar e o Neologismo...

É o Millôr Fernandes mais uma vez dando aula de sabedoria, humor e língua portuguesa...
Segue:

São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.


"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem
fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" -presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:

"Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que a vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.

Millôr Fernandes

Entre o Humor e as Verdades !

Galera...eu tava meio que de bobeira (?) na Net e me deparei com algumas frases interessantes que posto aqui no intuito de compartilhar com vocês e...irão gostar...principalmente a do saco de cimento...rsrsrs...


Segue:

“Mal por mal, prefira Alzheimer à Parkinson. É melhor esquecer de pagar a cerveja do que derrubar tudo no chão."

"Sempre que possível, converse com um saco de cimento. Nessa vida só devemos acreditar naquilo que um dia pode ser concreto"

"O Brasil é feito por nós. O difícil é desatá-los."

"Há um lado bom em tudo na vida, os sem-teto, por exemplo, nunca levam desaforo pra casa"...

"Que mulher nunca comeu uma caixa de Bis por ansiedade, uma folha de alface por vaidade e um cafajeste por saudade? "

“Gostaria de viver em um mundo onde os ricos não sejam tão ricos a ponto de comprar os pobres e os pobres não tão pobres a ponto de aceitar as propostas.“


Agora vem umas verdades...ao final você há de concordar comigo...confirmem, please...



1. Tu não consegues tocar com a língua em todos os dentes que tens.





2. Todos os bobos, depois de lerem a primeira verdade, tentam tocar com a língua em todos os dentes.





3. E descobrem que a primeira verdade é mentira.





4. Agora estás a sorrir porque és bobo.




5. Em breve vais enviar isto para mais algum idiota.




6. Continuas com um sorriso idiota na cara.

Relamações?? Escreva aí abaixo...

sábado, 1 de maio de 2010

É...dá saudade...


Feriado ...sem muita coisa por fazer e tal e tals...e então, mais que de repente começa a bater saudade de lugares, pessoas e momentos vividos que estão lá na caixinha, guardados num lugar para que não nos abandone -e não abandonará, pois são coisas, boas ou más, que não podem ser apagadas com o tempo... e que por vezes pode ser melancólica e ainda assim temos vontade de revivê-las, ainda que em sonhos.
Confesso que dia desses, fiquei com muita vontade de sair na chuva e correr, e gritar, e pular.
Me lembrei de quando jogava bola na chuva lá no Piranhão (que nome, meu Deus), o antigo “estádio” de futebol de Miranda. A história do porque deste nome eu conto outra hora. Ou então tomar banho de rio e ver a diferença da temperatura da chuva que cai, fria, da água agora quentinha do mesmo rio. E pular, como doido, dos barrancos à beira deste mesmo rio. E pescar neste rio. Ou então apenas olhar a agua correr e passar embaixo da ponte deste rio...heheheh...tomando um teras.
Era tanta coisa boa...tantas histórias engraçadas e outras, nem tanto...
Saudades do Valdir “Cearenso”, do Zé “Baragão”, do Cesinha “Bola de Pacotão”, do Ênio, do Valmir e outros. Saudade do nosso time de futebol – essa equipe merece uma crônica...ô se merece.
Eu tinha costume ir e voltar da escola andando nos trilhos do trem que cruza o pantanal...os amigos que brincavam dia e noite...as namoradinhas...as cabulações de aula...os jogos de futebol no campo ao lado da minha casa...das frutas que pegávamos nos terrenos alheios com ou sem o consentimento dos donos. Nós até pedíamos e se dissessem não, a gente comia assim mesmo.
A sopa de banana da minha mãe...o caldo de mocotó do meu avô...e acompanhar minha avó, quase beata as suas idas à Igreja me tornaram coroinha do tipo que fazia catequese assíduamente...é claro que o fato de haver meninas bonitas por lá não contava, era só um detalhe...rsrssr...
Sem contar os sorvetes, picolés e refrescos que meu pai fazia e que eu saboreava enquanto ficava no balcão para ajudá-lo no atendimento.
E aqui um, tenho que confessar...saudade do norte de nossas vidas, minha e de meus irmãos: meu pai! Índole incomparável. Incapaz de aproveitar-se de quaisquer situações e levar vantagem. Modelo de coerência e sabedoria.
É...realmente eu vivi uma infância feliz...e a adolescência...e a época do inte e agora tô vivendo muito bem a do inta...posto que a vida é feita de momentos, passados, presentes e futuros, e todos não mais se repetirão… não da mesma forma…mas...C'est la vie!
Eu, depois de tantos anos vividos - nem tanto...nem tanto,  entendo que a saudade é possível somente com a ruptura da ligação sentimental causada por fatores diversos, que gera medo e apreensão. Por um tempo, que seja de preferência breve, teremos de conviver com a ausência ou indiferença, seja nossa ou para outrém ou vice-versa, mas é necessário essa “descolagem” para que possamos viver o presente em sua plenitude.
É...me impressiona como a vida tende a tornar-se tão parecida para todos, mesmo que tomemos caminhos opostos, com pessoas estranhas, sempre acabaremos mais ou menos iguais: com grandes lembranças... como e disse no começo, boas ou más recordações...e as boas se tornam SAUDADES...